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Se ao menos a Microsoft tivesse a visão de abrir os jogos do Windows no Linux e ajudar a desenvolver o Wine e o Proton.
A CMA revelou que acredita que o Proton e, por extensão, o Wine, são ‘substitutos imperfeitos’ para jogos no sistema operacional Windows.
Em sua decisão oficial, o CMA disse isso na página 226 do documento:
“ Os dados sobre o desempenho do jogo usando o Proton sugerem que ele é um substituto imperfeito para jogos no Windows, e uma proporção significativa de jogos não pode ser jogada sem problemas.
A Valve categoriza os jogos com base em quão bem eles são executados usando o Proton no dispositivo portátil Steam Deck da Valve. Os dados sobre a proporção dos 100 melhores jogos do Steam em cada categoria mostraram que 16% eram jogáveis sem problemas, com outros 33% jogáveis com alguns ajustes necessários. 31% eram injogáveis e 20% não haviam sido testados.
Uma categorização separada baseada na comunidade também está disponível, e isso também sugere que o Proton ainda estava sujeito a problemas de desempenho material. Os dados dos 100 melhores jogos do Steam usando essa categorização sugeriram que 19% rodaram perfeitamente, 53% rodaram perfeitamente após alguns ajustes, 14% rodaram com problemas menores, 2% rodaram, mas com problemas mais substanciais e 12% não puderam ser jogados.
Embora a Microsoft tenha afirmado que esses dados demonstram a eficácia do Proton, em nossa opinião, isso é consistente com a interpretação de que é um substituto imperfeito para o uso do sistema operacional Windows.”
Como sabemos, o caso da CMA para ‘impedir’ o acordo com a Microsoft Activision é o domínio previsto da Microsoft sobre os jogos em nuvem. Também sabemos que a CMA descobriu que a Microsoft domina os jogos em nuvem em termos de sistemas operacionais. Isso ocorre principalmente porque todos os provedores de jogos em nuvem precisam usar o Windows, porque o Windows é o sistema operacional de jogos para PC dominante.
Essas descobertas, embora verdadeiras, não são porque a Microsoft continua a monopolizar agressivamente o espaço dos videogames. Se formos honestos sobre isso, todos sabemos que a Microsoft realmente se esforçou para tornar o Windows o sistema operacional para fazer qualquer coisa na década de 1990 e, mesmo com suas falhas, eles simplesmente se importavam mais com os jogos do que a Apple.
Em contraste, enquanto a comunidade Linux provou que está tentando competir com a Microsoft, seus esforços produziram resultados mistos quando se trata de jogos.
O Wine, originalmente chamado Windows is Not an Emulator, é uma camada de compatibilidade que permite que programas feitos para Windows sejam executados em Linux ou Mac OS. Por muitos anos, os entusiastas do Linux jogaram com o Wine para jogar seus jogos favoritos no Linux em vez do Windows.
No entanto, o Wine permanece imperfeito nessa função, principalmente devido à documentação deficiente da API do Windows. A Microsoft continua mantendo alguns dados sobre como o Windows funciona em sigilo. Isso forçou a equipe de desenvolvedores do Wine na Codeweavers a fazer engenharia reversa e adivinhar o que eles não sabem.
Quando a Valve decidiu entrar no negócio de hardware, eles investiram no Wine para trabalhar em seu próprio fork do programa, chamado Proton. O Proton tem alguns recursos que não estão sendo usados deliberadamente no Wine, mas o torna ainda melhor na execução de programas do Windows apenas para Linux.
Na verdade, como você deve saber, o ás gigante do Proton é a API Vulkan, rivalizando com o DirectX 12 da Microsoft e as APIs Metal da Apple em compatibilidade e eficiência. Os desenvolvedores que usam o Vulkan obtêm melhor compatibilidade e desempenho para jogos executados no Linux e Proton do que no Windows, para algumas compilações.
Com tudo isso levado em consideração, como o CMA descobriu por si mesmo, o Proton não está nem perto de onde precisa estar para tornar os sistemas operacionais Linux como o SteamOS uma alternativa viável ao Windows. A compatibilidade de muitos videogames baseados no Windows ainda está no ar no Steam Deck e no Linux em geral. Muitos jogadores esperam que um número seleto de jogos nunca seja jogável fora do Windows.
Ironicamente, a própria Microsoft lançou o Proton para o CMA para indicar que eles não têm o monopólio absoluto dos sistemas operacionais de jogos. Embora seja verdade que eles não forçaram isso a acontecer, a própria Microsoft poderia ter abordado essa parte da indústria ajudando no desenvolvimento do Wine.
Isso soa exagerado? Em 2023, a Microsoft é na verdade membro da Linux Foundation. Embora a empresa tenha limitado seu trabalho com a fundação, eles demonstraram uma abertura de boa fé para trabalhar com o Linux.
A própria Microsoft afirmou que seu sistema operacional não é mais o núcleo de seus negócios. Talvez, se eles realmente acreditassem nisso, pudessem tomar medidas para reduzir a dependência do Windows para muitos setores, como videogames. É claro que eles poderiam ter se saído melhor com o CMA se tivessem a previsão de mudar seus negócios dessa maneira anos atrás.
